Sindrome do Pânico: Uma visão Geral

CONCEITO

Síndrome do Pânico é um tipo peculiar de ANSIEDADE. O portador apresenta CRISES AGUDAS, INTENSAS e RECORRENTES marcadas por SINTOMAS FÍSICOS E PSÍQUICOS típicos. Com a vivência das crises, o paciente evolui com insegurança e medo de passar mal, o que gera esquiva fóbica de situações que possam se tornar perigosas e constrangedores. Sem tratamento, o paciente pode evoluir com franca restrição social, alta dependência de familiares, frustração e sintomas depressivos.

Acredita-se que até 4% da população desenvolva Sd. do Pânico durante a sua vida, sendo que mulheres tem um risco maior que homens (3:1). As crises podem se iniciar em qualquer fase da vida, sendo mais frequentes na fase de adulto jovem (ao redor dos 20 anos).

As crises ocorrem com intensidade e frequência variável de paciente para paciente. O gatilho também varia. Alguns pacientes apresentam crises em situações específicas e outras apresentam crises espontâneas sem motivo aparente. A crise em si é marcada por sintomas evidentes e desconfortáveis, quase sempre progressivos até um auge clínico, seguido de uma fase de recuperação. O tempo de crise varia geralmente entre 10 e 30 minutos, sendo a recuperação também gradual.

A CRISE DE PÂNICO

Durante uma crise de pânico associam-se sintomas físicos e psíquicos, sendo os sintomas físicos bastante intensos e evidentes, podendo mimetizar doenças clínicas graves como: infartos, arritmias, acidente vascular cerebral, convulsões, etc.


CAUSAS DA SÍNDROME DO PÂNICO

Existem inúmeras teorias complementares para tentar explicar porque algum apresenta uma crise de Pânico. Existem um aspecto genético, inato, com tendência a fenômenos ansiosos (Vulnerabilidade Biológica). Aliado a isso, existem aspectos de vida, com pressões e ocorrências eventualmente estressantes que levam a um desajuste no SISTEMA cerebral de PREVISÃO, quantificação e resposta ao RISCO (Desencadeantes Ambientais).

Quando o ALARME de risco falha surge análise e respostas AMPLIFICADAS de PERIGO, gerando a crise de Pânico.

Trata-se de um problema ORGÂNICO, cerebral, aonde determinadas áreas profundas cerebrais ficam mais sensíveis a pequenos riscos e determinam uma resposta AGUDA mediada pela adrenalina, causando boa parte dos sintomas Físicos e Psíquicos discutidos anteriormente.

Acredita-se que a disfunção nas vias envolvidas com a SEROTONINA pode justificar, em algum grau, a tendência a crises de ansiedade. Por isso que boa parte dos medicamentos usados no tratamento dos pacientes são atuantes nessa via, restabelecendo seu funcionamento.

EVOLUÇÃO CLÍNICA

A ocorrência de uma crise de Pânico é um evento traumático e muito angustiante. É muito comum o paciente ter a impressão clara que está tendo um infarto, uma arritmia grave ou mesmo um AVC. Muitos procuram o Pronto socorro durante o evento tal a intensidade dos sintomas físicos. A avaliação médica e exames complementares afastam as suspeitas clínicas, ajudando a configurar o evento como um quadro agudo de ansiedade.

Quem passa por uma crise de pânico, ou algumas … fica com muito medo de sentir de novo. Chamamos isso de agorafobia, um medo de passar mal. Com isso nasce uma preocupação crônica uma ansiedade contínua com medo da recorrência. O paciente perde a confiança em si, se sente inseguro, fragilizado. Com o passar do tempo passa a evitar situações arriscada, que possam induzir crises ou que não ofereçam rotas de fuga fáceis no caso de uma ocorrência espontânea.

Quem tem Sd. Do Pânico pode apresentar sintomas depressivos, outros sintomas ansiosos, como insônia, TAG (transtorno de ansiedade generalizada), Transtorno obsessivo- compulsivo (TOC) e mesmo fobias e compulsões.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico é feito com base na história clínica e no perfil psíquico do paciente. É fundamental afastar outras doenças tais como, distúrbios de tireoide, abuso de substâncias estimulantes, doenças cardíacas e respiratórias, etc. Para isso o médico usará o exame físico e alguns exames complementares em casos selecionados.

TRATAMENTO

A tratamento deve ser personalizado CASO a CASO. É fundamental comunicar o diagnóstico e explicar sobre a ausência de patologias clínicas que justifiquem a crise. É fundamental discutir a associação de medicamentos, com terapia, com mudanças no estilo de vida.

Mudança do estilo de vida: para todos os pacientes ansiosos é altamente recomendado adequação do sono, atividades físicas regulares (principalmente aeróbicas), evitar alimentos / substâncias muito estimulantes, redução do estresse, válvulas de escape, gerenciamento do tempo, etc.

Terapia: pode ser muito útil a realização de terapia, principalmente da modalidade cognitivo- comportamental. Na terapia o paciente aprende a reconhecer os sinais iniciais de ansiedade e aprende a gerenciar conscientemente algumas emoções envolvidas. Além disso pode-se trabalhar alguns determinantes pregressos nos casos aonde um ou mais eventos traumáticos forem presentes.

Medicamentos: os medicamentos são muito importantes na evolução dos casos de síndrome do Pânico, principalmente nos casos já envoltos pelo ciclo vicioso de CRISE —– MEDO DA CRISE —– ESQUIVA / ansiedade ANTECIPATÓRIA —— CRISE.

EXISTEM 2 MODALIDADES DE MEDICAMENTOS

PARA CORTAR UMA CRISE: medicamentos que visam interromper uma crise, são calmantes, de ação rápida.
PARA PREVENIR CRISES: medicamentos de uso regular e contínuo para evitar crises e normalizar o tônus de ansiedade. Esses demoram algumas semanas para agir e devem ser mantidos pelo período mínimo de 6 meses.

Nenhum comentário:

Postar um comentário