Síndrome de Lemierre

A síndrome de Lemierre, também denominada doença de Lemierre ou necrobacilose humana, é uma desordem rara, comumente causada pela bactéria Fusobacterium necrophorum e, em poucos casos, por outros membros do gênero Fusobacterium, ou ainda, mais raramente, por agentes dos gêneros Bacteroides, Pseudoestreptococcus, Staphylococcus ou Eikenella.

Esta síndrome foi descrita pela primeira vez no ano de 1900 por Courmont. Todavia, foi somente em 1932 que André Lemierre publicou uma revisão de 20 casos da afecção.

Afeta com maior frequência os adultos jovens e saudáveis e caracteriza-se por uma inflamação da garganta, habitualmente causada pela bactéria do gênero Streptococcus, com posterior desenvolvimento da bactéria do gênero Fusbobacterium. Esta infecção propaga-se para a veia jugular interna, tornando-se uma fonte de bacteremia contínua e êmbolos sépticos pulmonares.


MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

As manifestações clínicas variam, englobando dor de garganta, febre, fraqueza e mal estar geral. Por conseguinte, o paciente costuma apresentar intensa letargia, rigidez, linfadenomegalia cervical, inchaço do pescoço, deixando-o doloroso e sensível. Também pode haver dor abdominal, diarreia, náuseas e vômito. Essas manifestações costumam durar até 2 semanas após o início dos sintomas.

Também há acometimento do aparelho respiratório, levando à tosse, falta de ar e respiração dolorosa e, em raros casos, hemoptise. Também há dor articular ou inflamação das articulações, em decorrência de artralgia e artrite, respectivamente.

Outras manifestações clínicas incluem:

Cefaleia;
Dor muscular;
Trismo;
Crepitações pulmonares;
Hepatomegalia;
Esplenomegalia;
Paralisia facial.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico inicialmente é clínico. Por conseguinte, devem ser feitas investigações laboratoriais, como exames que revelam o nível da proteína C-reativa, velocidade de hemossedimentação e o nível de neutrófilos no sangue. Quando houver trombose da veia jugular deve-ser fazer uma ultrassonografia da região cervical. Todavia, trombos recentes apresentam pouca ecogenicidade e, sendo assim, não são observados no exame ultrassonográfico.  Nesses casos, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética se mostram mais sensíveis. Existe a possibilidade de realizar cultura bacteriana a partir do sangue ou aspirado de diferentes locais do organismo, porém, é necessário realizar a cultura em ambiente anaeróbico.

TRATAMENTO

O tratamento inicial desta síndrome é feito com antibiótico endovenoso. Caso a antibioticoterapia não leve à melhora do quadro clínico recomenda-se drenar os abscessos e/ou realizar ligadura da veia jugular interna, local onde antibiótico não alcança.

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